quarta-feira, 28 de março de 2012

Margarida

Personagem misteriosa de lendas antigas
Usada em sortilégios e poções medicinais
Prima da dália, sobrinha do girassol...
Asteraceae! Margarida!

Mandala em forma de flor!
Inflorescência de minúsculas flores amarelas
Coroadas por suaves "pétalas" brancas...
Asteraceae! Margarida!

Enfeite de tantos caminhos
Bordadura de tantos jardins
Amiga do dia, amante do sol...
Asteraceae! Margarida!

Que mesmo numa fenda de pedra nascida
Pouco espaço, sem terra ou amor
Floresce em formosura e frescor...
Asteraceae! Margarida!

Iracema Ananias*
Poema escrito especialmente para o evento "Noite das Flores"
Santos, primavera 2010
fazendo parte da antologia com o mesmo nome
Foto - internet

sexta-feira, 23 de março de 2012

CALMARIA

tempo de calmaria
velas frouxas
mar sereno
maresia

tempo de esquecer os danos
refazer os planos
corrigir o rumo
e coser os panos

tempo de esperar o vento
de estar atento
arrumar o barco
e buscar alento

tempo de viver o amor
esquecer a dor
respirar a vida
e cheirar a flor

tempo de fazer na areia
o que a alma anseia
nessa calmaria
sob a lua cheia...

Iracema Ananias*
foto internet

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

HOMENAGEM


Trabalhei como voluntária no Centro de Equoterapia Jockey Clube São Vicente, de agosto de 2009 a novembro de 2011. Nesse período, sob o comando da presidente Maria Lúcia R.C.dos Reis, aprendi o verdadeiro significado da palavra servir. Por motivos alheios à sua e à nossa vontade Maria Lúcia (última à direira na foto) precisou encerrar as atividades.
Eis a homenagem de toda nossa equipe.

Quem é essa mulher que fez da fraqueza sua força?

Que desde 2002 liderou uma fraternidade de profissionais voluntárias no afã do bem?

Que jamais negou atendimento a quem dele precisou?

Que ao encerrar sua jornada à frente do CEJCSV - Centro de Equoterapia Jockey Club São Vicente, nós as voluntárias que tivemos a honra do convívio e amizade dessa valorosa mulher, só podemos agradecer pelos ensinamentos, pelos laços fraternos e sobretudo por seu exemplo de humanidade e retidão.

Temos a certeza que todas as pessoas que passaram pelo CEJCSV, sejam funcionários, pais ou praticantes levarão no coração a marca da amizade sincera que manteve nossa equipe coesa a despeito das intempéries. Marca essa pautada na satisfação do trabalho bem feito, cuja única recompensa foi sempre o sorriso dos praticantes.

Lúcia, nesse momento que finda sua missão e nossos caminhos se apartam da pista de areia que nos abrigou por quase uma década, rendemos nossa homenagem a você, amiga e companheira de jornada.

Com amor e gratidão,

Equipe do Centro de Equoterapia Jockey Clube de São Vicente

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

HERÓI DE LOS 33




MANUEL GONZÁLEZ PAVÉS, 46 anos, socorrista.
Jamais esquecerei seu olhar sereno ao entrar na cápsula que o levaria às profundezas.
Pìoneiro de uma odisséia que prendeu a atenção do planeta.
Um profissional com amor e coragem além da conta.
Um homem! Um herói sem pompa ou circunstância.
Outros cinco desceram durante o resgate "de los 33".
Manuel e seus companheiros lá permaneceram até o último mineiro ser resgatado.
Durante as comemorações pelo sucesso da missão e do júbilo reinante na superfície,
a gloriosa Fenix 2 permaneceu parada.
Manuel e seus companheiros festejavam no ventre da terra e exibiam a faixa:
'MISION CUMPLIDA CHILE"
Calmamente, Manuel aguardou que seus homens fossem resgatados.
Tivemos a dádiva de ver nosso herói aguardando a sua vez de voltar.
Quando Manuel despediu-se do refúgio e embarcou na derradeira viagem da Fenix 2, um suspiro de alívio percorreu o planeta. Agora sim a missão estava cumprida!
Felizmente o presidente Sebastián Piñera o esperava com abraço e lindas palavras.
Felizmente a equipe o saudou como ele merecia.
E eu agradecida, jamais esquecerei a calma de seu olhar.

Iracema Ananias*

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

NOITE DE AUTÓGRAFOS - TOCANDO ESTRELAS EM PARAÍSO


Minha família: meu pai Newton, minha mãe Lourdes
meus irmãos Humberto e Nilson




segunda-feira, 2 de agosto de 2010

TOCANDO ESTRELAS EM PARAÍSO




Meu coração ainda brinca

naquelas areias...

Este livro é um tributo a meus pais e à cidade

de minha infância: Paraíso do Norte, Paraná, onde

moramos de 1.960 a 1964.

Naquela época não havia iluminação, calçamen-

to ou arborização, mas eu amava aquela cidade.

A igreja em madeira era linda em minhas lem-

branças; o som do sino e o singelo campanário...

O Educandário com seu piso impecavelmente

encerado e sempre imune ao areal que o circundava.

Sua praça era um descampado, mas adorávamos brin-

car ali após as aulas.

Ruas de areia, sol escaldante e o calor intenso dos

verões; invernos rigorosos e geadas...Terra de con-

trastes!

Noites de breu cravejadas de estrelas; milhares de-

las a encantar nossas vidas. Eu estendia os braços e as

tocava...

Os anos passaram e ainda procuro em outros céus,

o céu estrelado de meu Paraíso.

Guardo com ternura um tempo feliz; um tempo em

que eu vivia tocando estrelas!

***********************

Meu livro, minha história...
Alma, vida e amor;
com brilho de estrela
e perfume de flor.
Iracema Ananias*

Edições Costelas Felinas
registrado na Fundação Biblioteca Nacional
Todos os direitos reservados à autora
lançamento 31/07/2010
Aliança Francesa - Santos SP





segunda-feira, 12 de julho de 2010

QUASE - LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO


HOMENAGEM: O texto que eu gostaria de ter escrito...

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreU.

LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO

FOTO: iara do ivaí